terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Santander e BB ganham força; MMX e Natura caem depois de autuação da Receita

Santander e BB ganham força; MMX e Natura caem depois de autuação da Receita

Ainda entre os destaques, elétricas voltam a ser penalizadas e HRT cai mais de 6% após aprovação de novos farm out na Namíbia; Petrobras descobre petróleo de boa qualidade no pré-sal

SÃO PAULO - As incertezas em relação à capacidade de abastecimento de energia voltam a influenciar os negócios no pregão desta terça-feira (8), derrubando ainda mais os preços das ações do setor elétrico e penalizando o Ibovespa, que cai 1,35% às 13h25 (horário de Brasília), aos 61.095 pontos. 

A falta de chuvas e a má gestão do setor energético nacional fizeram o País chegar a uma situação limite: o Brasil está às portas de um racionamento ou mesmo de desabastecimento de energia elétrica e de gás. 

Santander e BB ganham força; MMX e Natura caem depois de autuação da Receita (Susana Vera/Reuters)Santander e BB ganham força; MMX e Natura caem depois de autuação da Receita (Susana Vera/Reuters)

O aumento do risco de racionamento - levantado principalmente depois que a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião emergencia com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para discutir sobre os baixos níveis dos reservatórios - penaliza as ações do setor, que figuram nas maiores perdas do benchmark brasileiro nesta sessão. 

Elétricas voltam a cair
As ações preferenciais da Eletrobras (ELET3ELET3) lideram a ponta negativa do índice, com desvalorização de 5,99%, aos R$ 10,05, seguidas pelas ordinárias, que caem 5,58%, aos R$ 6,60.

Outros papéis ligados ao setor elétrico também sofrem nesta terça. É o caso de Light (LIGT3, R$ 19,87, -1,63%), Cesp (CESP6, R$ 17,92, -4,38%), Eletropaulo (ELPL4, R$ 14,83, -4,20%), Coelce (COCE5, R$ 41,45, -0,46%), Copel (CPLE6, R$ 29,18, -2,31%) e CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,31, -1,36%).

Contudo, o presidente do grupo CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, disse que não vê risco de racionamento de energia em 2013 em função do baixo nível dos reservatórios de água das usinas hidroelétricas. "Não há risco, neste momento, de racionamento", afirmou o executivo ao chegar ao Ministério da Fazenda, onde tem reunião com o ministro interino Nelson Barbosa, para tratar da aquisição dos ativos do Grupo Rede.

Conforme publicado no Valor, Ferreira lembrou que a geração térmica atual, que vem compensando a baixa geração hidroelétrica, é quase quatro vezes maior do que a existente quando o país passou por seu último racionamento de energia. 

Apesar de reajuste no preço do aço, CSN miniza ganhos
Já na outra ponta, as ações da CSN (CSNA3+0,33%, R$ 12,30) registram alta, impulsionadas pela perspectiva de alta nos preços do aço. 

A siderúrgica planeja aumentar o preço de alguns de seus produtos no dia 18, publicou na última noite o Valor Econômico. No fim da última semana a Reuters também noticiou que a empresa se preparava para aumentar o preço do aço, mas não informava nenhuma data específica, apenas que o reajuste viria neste mês.

Vale mencionar que as outras empresas do setor - Gerdau (GGBR4-3,01%, R$ 18,66) e Usiminas (USIM3-3,53%, R$ 13,10; USIM5-2,52%, R$ 12,00) - caminham no sentido contrário neste pregão, quando dará início a temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos. A largada será dada com os números da Alcoa, como tradicionalmente ocorre, e serve de termômetro para o mercado brasileiro. A expectativa do mercado é que a empresa divulgue números fracos neste quarto trimestre. 

Receita cobra R$ 6,4 bilhões de MMX, Natura, Fibria e Santos Brasil
A Receita Federal está cobrando um total de R$ 6,4 bilhões de quatro grandes empresaslistadas na Bovespa, em autuações realizadas em menos de um mês no momento em que o governo se esforça para fechar as contas diante de uma arrecadação inferior à inicialmente prevista. 

Na última ação, tornada pública nesta terça-feira (8), a Receita autuou a MMX (MMXM3), mineradora do empresário Eike Batista, cobrando quase R$ 3,8 bilhões por Imposto de Renda e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) referentes a 2007 que não teriam sido recolhidos. A MMX disse considerar "totalmente improcedentes as autuações recebidas" e acreditar que elas serão rejeitadas. Porém, as ações da companhia caem 4,04%, aos R$ 4,27. 

Na noite de segunda-feira, a empresa de cosméticos Natura (NATU3) disse que a Receita está exigindo o pagamento de R$ 627,8 milhões, acrescidos de multas e juros, por impostos supostamente não recolhidos por uma de suas controladas em 2008. As ações da empresa também registram forte desvalorização de 3,71% - a terceira maior do Ibovespa - e são cotadas a R$ 55,74. 

Otras empresas com ações negociadas na bolsa paulista que foram autuadas recentemente são a produtora de celulose Fibria (FIBR3), cuja cobrança pela Receita de R$ 1,6 bilhão foi feita em meados de dezembro, e a companhia de logística Santos Brasil (STBP11), com suposta dívida com os cofres públicos de R$ 334,4 milhões. Ambas as ações operam no campo positivo neste pregão. 

Santander e Banco do Brasil ganham força
Também chama atenção nessa sessão o desempenho dos papéis dos bancos - Santander (SANB11+2,57%, R$ 15,17) e Banco do Brasil (BBAS3+2,22%, R$ 26,73) - que figuram entre as maiores altas do Ibovespa. 

Nesta manhã, o Banco do Brasil encerrou o seu programa de recompra de ações. A instituição adquiriu 20,2 milhões de papéis de sua própria emissão, pelo valor médio de R$ 22,83 por ação, totalizando R$ 461,2 milhões. 

Ainda neste pregão, estrategistas do Bank of America Merrill Lynch recomendaram exposição as ações do setor financeiro, elevando a recomendação de under-weight (desempenho abaixo da média) para equal-weight (desempenho em linha com a média), e citou o Bradesco (BBDC4) como o banco que mais deve se beneficiar da esperada recuperação da atividade econômica e de mudanças nos termos de implementação do acordo de Basileia III. Por sua vez, os papéis do Bradesco e Itaú Unibanco (ITUB4) operam com leves desvalorizações de 0,03% e 0,09%, respectivamente. 

HRT cai após aprovação de novos farm out na Namíbia
Já no setor de petróleo, as ações da HRT (HRTP3) operam em forte queda de 6,55%, aos R$ 5,28, devolvendo parte dos ganhos reportados nos últimos dias. 

A queda repercurte a ata da reunião do Conselho Administrativo da companhia, realizada na última segunda-feira (7). Na ata da reunião, o principal destaque é a confirmação das negociações de farm out - venda de participação - no poço de exploração na Namíbia. "A HRT já havia sinalizado uma mudança nas regras para venda de ativos do local como forma de diminuir os riscos da operação", comenta Roberto Altenhofen, analista da Empiricus Research. 

Petrobras descobre petróleo de boa qualidade no pré-sal da Bacia de Santos
Ainda entre os principais destaques, a Petrobras (PETR3PETR4) informou nesta manhã mais uma descoberta de petróleo de boa qualidade no pré-sal da Bacia de Santos. Segundo comunicado enviado ao mercado, O poço comprovou a presença de reservatórios de excelente qualidade, em rochas carbonáticas, situadas abaixo da camada de sal.

A estatal também havia comunicado na véspera o início da produção comercial do campo gigante de Sapinhoá, no pré-sal da bacia de Santos, no dia 5 de janeiro, uma semana antes da data original, prevista para 13 de janeiro. 

Segundo a estatal, Sapinhoá é um dos maiores campos de petróleo do Brasil, com volume recuperável total estimado em 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente. 

Por sua vez, as ações ordinárias da companhia caem 3,04%, aos R$ 19,76, enquanto os preferenciais recuam 2,99%, aos R$ 19,48.  

HSBC reduz recomendação de Vale para neutra
Ainda entre as principais referências, a Vale teve sua recomendação de overweight (desempenho acima da média) rebaixada pelo HSBC para neutra, conforme divulgou a Bloomberg. Segundo o relatório do banco, a alta do preço do minério de ferro é "insustentável". 

Banco reiterou preço-alvo de US$ 23,00 por ADR (American Depositary Receipts) da mineradora. 

MPF denuncia 17 por esquema de fraude do Cruzeiro do Sul
Ministério Público Federal de São Paulo denunciou 17 envolvidos no esquema de fraude do Banco Cruzeiro do Sul, entre eles Luís Octávio Azeredo Lopes Índio da Costa e Luís Felippe Índio da Costa, ex-controladores do grupo. 

Outros funcionários, administradores e membros da auditoria também foram indiciados pelos crimes contra o sistema financeiro que caracterizam as atividades do grupo, como gestão fraudulenta e estelionato. 

Antes da intervenção do Banco Central e da liquidação da instituição financeira, a organização crimonosa cometeu diversas irregularidades, aponta a MPF. Entre elas, a criação irregular de contratos falsos de empréstimos consignados, que foram contabilizados como R$ 2,5 bilhões em ativos do banco. A denuncia da MPF é relativa a atos cometidos entre janeiro de 2007 e março de 2012. 

Banco do Brasil dá início a mudanças em sua diretoria
Um ano depois da última rodada de mudanças na cúpula do Banco do Brasil (BBAS3), outra leva de alterações é arquitetada. A primeira até já foi feita, mas sem alarde para não alvoroçar disputas políticas dentro da instituição. O ex-diretor em São Paulo Walter Malieni passou a ocupar a vice-presidência de crédito. Seu antigo lugar deve ser preenchido juntamente com a Diretoria de Mercado de Capitais, que também está vaga.

Com a abertura temporária de sucessões, outros diretores que estão próximos da aposentadoria devem ser convidados a esvaziarem as gavetas. Entre eles, o de Marketing. Esse movimento é um dos ajustes que devem ser feitos antes da troca no comando do BB. Apesar de não assumir publicamente, o presidente, Aldemir Bendine, prepara o caminho para o seu sucessor. No entanto, fontes do banco e do governo garantem que Bendine não sairá antes de anunciar o balanço de 2012. Como o resultado deve ser bom, apesar do corte dos juros, deve encerrar seu mandato com esse trunfo no currículo.

Tráfego da Ecorodovias cresce 3,5% em 2012
A Ecorodovias (ECOR3) informou nesta terça-feira que o tráfego consolidado no ano de 2012 cresceu 3,5% em número de veículos, equivalentes pagantes, quando comparado com o ano anterior. Em termos de veículos comerciais, o crescimento consolidado foi de 3,1% e para veículos de passeio de 3,9%. 

WEG pode se beneficiar de possível racionamento de energia
Enquanto as ações das elétricas sofrem com a ameaça de um racionamento de energia no Brasil, os papéis da WEG (WEGE3) registraram alta de 6,30% nos primeiros dias do ano. 

Essa arrancada pode ser explicada pelo fato de que em um cenário de racionamento de energia, a tendência é que haja uma maior venda de geradores e equipamentos de geração, transmissão e distribuição, bem como de motores elétricos. 

Outro ponto favorável é que os preços dos equipamentos para a transmissão e distribuição de energia estão fracos desde 2011, e uma maior demanda deve elevar os preços, disse a analista Renata Faber, do Itaú BBA, para a Exame. 

Queiroz Galvão Óleo e Gás Constellation fará IPO nos EUA
Por sua vez, a Queiroz Galvão Óleo e Gás Constellation, prestadora de serviços de perfuração petrolífera controlada pela família Queiroz Galvão (QGEP3), entrou com pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) nos Estados Unidos para levantar até US$ 500 milhões. 

Cemig irá pagar 1ª parcela de dividendos no dia 15 de janeiro
O conselho de administração da Cemig (CMIG4) anunciou o pagamento da primeira parcela dos dividendos extraordinários informados em dezembro. A parcela, no valor de R$ 1,2 bilhão, será paga no dia 15 de janeiro. O montante corresponde a R$ 1,40 por ação. 

A segunda parcela deve ser paga até o dia 30 de junho, com o valor de R$ 400 milhões, totalizando R$ 1,6 bilhão em dividendos.

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